Nós acreditamos, lembra? Que as coisas poderiam ser sempre como elas eram. E mesmo se não fossem, que continuaríamos sendo os mesmos. E mesmo se não continuássemos, que mudaríamos juntos. Tolos, dois tolos, que puseram todas as expectativas em algo que não sabíamos. E era esse o desafio, certo? Era essa a beleza. Dar o próximo passo sem saber se haveria chão. E demos tantos passos, muitos passos. Criamos bolhas nos pés, caímos e levantamos. Mas no fim ―ah, e isso dói, pois houve um fim ― a superfície já não mais existia. Nós navegávamos sobre o nada, e já faziam alguns quilômetros. Demorou pra percebermos, e sabe por que? Porque a gente tem medo e insiste no que já não mais se sustenta. Desculpe-me, mas nós acreditamos. E essa fé ninguém nunca pôde abalar. Só nós mesmos.
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